Em frente ao espelho Desvio o olhar Sou sempre menor Me aperto pra encaixar Me esconde sob formas distorcidas É minha essa pele a desbotar? Espelho torto! Fragmentado, me culpa pelos cacos Espelho torto! Me olha primeiro, pra saber o que mostrar Espelho torto! Espelho torto! Cada presença risca Fino vidro delicado Reflete a luz quebrada Num retrato ensaiado Sorri se estou bem alinhado Me devolve um brilho vigiado Espelho torto! Espelho gentil, me pressiona em segredo Espelho torto! Avança em mim, me aperta a garganta Espelho torto! (Um dia) Traços de nitidez, começo a questionar (Um dia) Não há mais trincos, sonho, desejo aceitar (Um dia) O espelho, vai desentortar! (Um dia) Espelho torto! Sabe onde bater, pra parecer me abraçar Espelho torto! Conhece meu reflexo, muito melhor que eu Espelho torto! Espelho torto! Espelho torto! Espelho torto!