Eu canto para os que cruzaram a linha Ousaram sentir a força do invisível Que derreteram suas cabeças Sob um céu estrelado Eu canto para os meninos e meninas Assassinados por uma metralhadora verde Que viveram e morreram cedo Imaginando o paraíso Eu canto para os meus velhos amigos Perdidos no tempo ou numa esquina qualquer E pra quem se arrebenta de saudade E adormece chorando E um pouco pra nós que somos loucos Eu canto pra nós que somos loucos Eu canto para os jovens e velhos poetas E suas pequenas tragédias de álcool Cansados corpos sobre o sol Falando a fala inútil Eu canto para banir as velhas caras sonolentas E seus papéis caducos A palavra é bela e perigosa E corta fundo E um pouco pra nós que somos loucos Eu canto pra nós que somos loucos Eu canto pra nós que somos loucos E um pouco pra nós... Eu canto para os homens terem a fina estirpe Dos animais Que mostrem com mais coragem O seu verdadeiro amor Eu canto com toda a esperança azul Que me dá de presente O pequeno deus Que habita em minha casa E um pouco pra nós que somos loucos Eu canto pra nós que somos loucos Eu canto pra nós que somos loucos E um pouco pra nós que somos loucos