Atravessando a presidente Vargas com peso nos ombros A fina chuva me lembra que eu ainda tô vivo A cidade dorme num breve instante de um tempo esquecido Minha mãe disse: Filho vai com Deus Eu ainda não sei se eu acredito em Deus É melhor não confiar nessas ruas Eu lembro quando eu falei de Douglas Tava sufocado, eu precisava disso Duas e pouca da madrugada, dona Maria questionava sobre o filho Me perguntando o propósito disso Coisas que se não eu, quem suportaria? Falar o que se sente, é desafio Foda é falar do que eu nunca sentia E eu sinto cansaço, muita olheira Depois dos vinte nada é brincadeira A luz preta por detrás de seus olhos Derramam rios de lágrimas negras Em detrimento de uma nova vida Eu busquei soluções em outras parada Drogas e drogas, não mais me viciam Moça, sai de cima dessa sacada E se joga pro mundo (Ne não Sant?) dnv, e dnv, e dnv, e dnv, meu primo Prefiro a dor do que o falso conforto Tocar nas rosas, me furar com espinho Pelas esquinas, novos caminhos Novas lembranças, novos sorrisos Novos lugares, novos vícios E te espero no próximo capitulo Atravessando a presidente Vargas com peso nos ombros Depois da tempestade, ser o pôr do Sol E quando o céu cair, tudo vira escombros No mar revolto eu não tenho farol Sempre brinquei com o tempo, me sentindo Chronos Eternizando sentimentos que eu joguei num som E caso não venha dar certo, eu tentei por anos Mas o que é dar certo? Eis o X da questão Mochila pesada carrega o sonho de um menor das ruas Doze horas penso: Como sair disso? Busão lotado, geral espremido Sinto a esperança e o medo da fome Independente nós é sujeito homem Mas labuta a consome E essa responsa de chegar em casa com muito faz o corvo voar longe E lá no meu bairro tem vários menor que podia ser Neymar Mas corta cabelo ou volta a traficar A perspectiva se torna pequena Trinta minutos na presidente escrevendo um barra sincera Cansado depois das Doze, esperando o 412 Acordado as quatro, mas não sou o Kobe Talvez só mais um Douglas oportunidade são poucas Fugindo do ódio com o perfume das flores Pra um menor das ruas qualquer esquina é lucrativa Nessa peça a chance de vencer uma guerra perdida