Não me peça pra calar minha verdade Pois a nossa liberdade não depende de papel Em Santo Amaro, todo 13 de maio Nossa ancestralidade é festejada à luz do céu Ê, ê, João de Obá, griô sagrado Ê, ê, herança viva no mercado Cantando, saudamos a nossa fé As nações do Candomblé Onde a paz e o respeito Ressoam no couro do axé funfun Não tememos ataque algum A rua ocupamos por direito Põe erva pra defumar Um ebó pra proteger Saraiéié Bokunan, saraiéié Nosso povo é da encruza Arte preta de terreiro É mistura de cultura Multidão de macumbeiro O povo gira no xirê, a celebrar A fé se espalha em cada canto, em cada olhar Transborda magia no toque do tambor Às Yabás, o balaio e o amor Yemanjá Alodê no mar (no mar) É d'Oxum toda beleza do ibá É reza no corpo, é dança na alma A rosa, a palma, o Omolocum É dona Canô de todo recanto Evoco a Baixada de Todos os Santos Atabaque ecoou, liberdade que retumba Isso aqui vai virar macumba Deixa girar que a rua virou Bembé Deixa girar que a rua virou Bembé O meu egbé faz valer o seu lugar Laroyê, Beija-Flor, Alafiá