Soprou Olorum, África Sagrada Brota do barro, da folha encantada Epá babá, luz de Ifá Exu risca o chão, vai começar Xirê de Orixá Sob o céu de anil É força de Ogum As águas, Odoya Rompendo barreiras o vento de lá Tambor que ecoa da mata Na gira do tempo o sagrado ensinou Que o povo não se curvou Ê kalunga, ê Kalunga Lágrima no cais, filho não volta mais Acorrentado, o negro bradou No quilombo Caixa D'água, liberdade cantou Senzala e açoite não calaram nossa fé Opressão não arranca a coragem da alma Plantou liberdade, colheu rebeldia Desafiou tiranias Benguela é liberto Tereza reluz Seu nome é verso Sem mordaças, sem cruz Ninguém cala sua voz Resistência é você mulher Emana o seu axé O meu coração é verde e branco Ser Bom das Bocas orgulho maior Comunidade, de alma lavada A nossa paixão é coisa tão rara