Menino pobre Que não tem onde morar Não sabe o que é um lar Porque Deus nunca lhe deu Não tem origem De pessoas mais felizes Porque nas suas raízes Só há sangue de plebeu Nasceu e criou-se na roça Seu pai era um lavrador Sofreu como boi de carroça Nos campos do interior Só tinha descanso de noite Depois de rezar e dormir Sonhando com o novo amanhã Pra outro trabalho seguir Suor no rosto Lábios secos no verão Sem nenhuma condição De alguém pra lhe ajudar O puxando o cabo Da enxada o dia inteiro Porque filho de roceiro Já nasceu pra trabalhar Nasceu e criou-se na roça Seu pai era um lavrador Sofreu como boi de carroça Nos campos do interior Só tinha descanso de noite Depois de rezar e dormir Sonhando com o novo amanhã Pra outro trabalho seguir Nos dias santos Que não ia pro roçado Sempre fazia mandado Obedecendo ao seus pais Era o caçula Dos setes irmãos que nasceram Comparando aos que sofreram Ela sofreu muito mais Nasceu e criou-se na roça Seu pai era um lavrador Sofreu como boi de carroça Nos campos do interior Só tinha descanso de noite Depois de rezar e dormir Sonhando com o novo amanhã Pra outro trabalho seguir Passou-se o tempo Hoje se ouve a história Que a sua maior glória É amar a profissão Feita de versos Por um simples violeiro Sou um menino roceiro Decantado na canção Nasceu e criou-se na roça Seu pai era um lavrador Sofreu como boi de carroça Nos campos do interior Só tinha descanso de noite Depois de rezar e dormir Sonhando com o novo amanhã Pra outro trabalho seguir