Rosto coberto, o passo sem ruído No breu da quebrada, eu só vejo perigo Faca na cinta e o olho no alvo Mas Deus me guia, não sigo o diabo Caminho no sangue e barro na sola Demônio me chama, mas Deus me controla No gueto é guerra, mas fé não falha Anjo comigo, cortando a batalha Sussurro no vento, pecado na esquina Mas eu vi mil cair por causa da ruína Bala na cara? Já vi, já vivi Mas hoje é Deus que sustenta o que eu vi Hoje eu confesso: Eu bati no diabo Chutei o peito, sem dar intervalo Com a cruz na mão e o ódio no talo Fé blindada, meu passo é raro O capeta tentou, mas caiu no asfalto O sangue na Lua – deixei o estrago Demônio fugiu, ficou só o rastro Aqui é guerra, não jogo dado Noite gelada, assombra no quarto Mas Deus me guarda, eu durmo exato Sonhei com a treta, acordei armado Mas era a bíblia – não foi pecado O mal me caça, mas eu sou mais brabo O anjo comigo, voando alto Pisei no inferno, saí no salto Hoje eu confesso: Eu bati no diabo Chão tremeu quando eu pisei na cena Com Deus no comando, eu rasgo a sentença Sangue nos olhos, mas alma serena Fogo no olhar, cortei a corrente Ele veio de preto, com voz de veneno Mas eu tava firme – luz no terreno Joguei no peito o sal e o verbo Sumiu na fumaça, fraco, sem argumento Vi vulto na esquina, tentei não olhar mais Senti no espírito – tive que orar O mal me testa, mas não vai durar Tenho fé de ferro, pronta pra cortar Correndo na noite, sem medo do estrago Porque hoje confesso: Eu bati no diabo