Mandaram uma carta de advertência Fizeram eu bater continência, ditaram a roupa de usar Atravesso gerações e vou ficando forte Meu povo nunca contou com a sorte Chegamos vai começar Tremeram quando viram a potência da favela em emergência Gritando pra espantar Não caio nesse teu papo fiado que meu destino é traçado E já ta tudo acabado e não tem mais como lutar As menina são braba não vai ter papa na língua Nem uma escrita sagrada O meu livro é yorubá Cês não matam na rua, o serviço é bem feito Entra dentro da casa pras criança executar Não existe liberdade nessa terra de covarde Que invadiram e apagaram E ate hoje quer lucrar O senhor de engenho só mudou a vestimenta Hoje é paletó e não para de acenar E as fada sensata tão sendo tudo racista Mas se eu puxo conversa vão quere me cancelar Tu me chama de puta porque sabe que eu sou cara Mas de madrugada teu marido quer me dar Não me chama de bicha que eu já fico estressada Sabe que eu sou pesada É difícil de controlar Difícil de controlar Difícil de controlar Mandaram uma carta de advertência Fizeram eu bater continência, ditaram a roupa de usar Atravesso gerações e vou ficando forte Meu povo nunca contou com a sorte Chegamos vai começar Tremeram quando viram a potencia da favela em emergência Gritando pra espantar É tanto grito que não teve voz E tanto tapa que a face levou Hoje não em mais o que cabe em nos E ninguém vai negar nosso valor A casca rompeu e meu eu surgiu Cansado e de curto pavio Sem prumo no rumo Sem tempo oportuno num campo de guerra chamado Brasil Eu sempre fui eu não virei Eu sempre soube o meu poder Eu não arei o seu papel E nem questão de pertencer Ao normativo padrão que agride afeto e põe oferta E nega o teto a uma mãe preta Que deseja e não respeita O que rejeita só de dia e diz que não nos aceita Mas quando o sol se deita vai pra a primeira esquina em busca de um corpo como o meu Mas não estaremos mais dados ao seu bel prazer Como zepelins atrás Mandaram uma carta de advertência Fizeram eu bater continência, ditaram a roupa de usar Atravesso gerações e vou ficando forte Meu povo nunca contou com a sorte Chegamos vai começar Tremeram quando viram a potencia da favela em emergência Gritando pra espantar Eu tô cansado desse argumento equivocado Que usa o que criou sobre o que é certo e errado Pra julgar meu corpo como um mero pecado Eu tô exausto, eu tô exausto Fato é fato Que você me queria calado Sempre achando que meu corpo que tá enganado Mas pra ser um homem eu não preciso ter um falo Eu falo até não ter, mas você tá suicidado Eu não vou baixar minha cabeça não Vai se acostumar a ver transmac com mic na mão Transmasc com mic na mão Para de falar se minha resposta não vai aguentar Para de me perguntar que eu não vou te ensinar Para de me olhar senão não vou me segurar Para de evitar, tá difícil de controlar Mandaram uma carta de advertência Fizeram eu bater continência, ditaram a roupa de usar Atravesso gerações e vou ficando forte Meu povo nunca contou com a sorte Chegamos vai começar Tremeram quando viram a potencia da favela em emergência Gritando pra espantar