Menino, sai desse furdúncio Vovó hermina assim falou Disse em tom de anúncio Só que você não escutou Fez ouvido de mercador Ficou naquele vai-e-vem No alto da serra parou Amuou até chegar o trem O velho trem das grotas Atrasado como de costume Lá onde Judas perdeu as botas É a estação que se presume! Me socorre, tenha misericórdia!!! Na venda de seu vitelmino Subindo a praça da concórdia Vamo comprar pão e um laticínio Passar em dona vangelina Trazer cuscuz com margarina Que manteiga tá é caro Café?! - traz o pó, que'êu preparo! Serrinha meu lugar feliz Guardo sempre na memória Lembro do antigo chafariz Pedaço da nossa história Subindo a praça O tempo não apaga O rastro é saudade Que não tem idade - Não tem idade! Em zé véio vamos parar No palmeiras, o bar mais querido Uma gelada, o papo a rodar Não tem tristeza que possa aguentar Eu vi zeca no mêi do caminho Alfaiate, ele que é de primeira Mediu certo meu colarinho E o paletó pra dançar gafieira Não que eu seja bom dançador Mas é que fui convidado Por um certo cabra rebolador Que chamam gelso, o enviado Rapaz alegre, bem criativo Era ele sempre o atrativo Destaque maior da micareta Criou asas! Hoje é borboleta Lenha, barro e brita Há quem entregue Deixe com catureba E sua tropa de jegue Por toda cidade Ganhou grande fama Até a ladeira descer Num carro sem breque E bater com joaquim da banana Que seguia na mesma rota Com o queixo duro Da sua toyota Já bem de tardezinha Chega dona mariquinha Cheira a alfazema Toda cheia de graça No alto da serrinha Pra ver a Maria fumaça