Dizem que eu falo com o vento Que danço sob a Lua em tormento Sussurram histórias, inventam veneno Mas não olham no rosto do próprio inferno Meu nome ecoa entre fogueiras Suas línguas são as verdadeiras teias E quando o medo precisa comandar Eles escolhem quem vão queimar Eles queimam porque querem Sem saber a verdade Na primeira oportunidade Vão te queimar de vontade Mas se fogo é o que acende Eu sou a chama que não se rende Podem me chamar de bruxa Mas sou a que entende Me viram forte, chamaram pecado Me viram livre, quiseram meu fardo Apontam o dedo, fingem pureza Mas escondem segredos na própria mesa Querem silêncio, mas ouvem gritar A culpa que tentam me dar E no fim, quando o medo chegar Sou eu que sei como queimar Eles queimam porque querem Sem saber a verdade Na primeira oportunidade Vão te queimar de vontade Mas se fogo é o que acende Eu sou a chama que não se rende Podem me chamar de bruxa Mas sou a que entende Fogueiras viram palco Gritos viram canto Das cinzas, eu me levanto Deus ou demônio, depende do tempo Mas sou só o reflexo do medo alheio Eles queimam porque querem Sem saber a verdade Na primeira oportunidade Vão te queimar por vaidade Mas se fogo é o que acende Eu sou o fim e o recomeço ardente Podem me chamar de bruxa Mas nunca inocente