Ouço o som da cidade em ruína O vento rasga minha sina O asfalto arde sob o luar E algo em mim quer acelerar Sinto o peso da minha estrada Cada curva, uma alma cansada O passado grita, mas eu sigo Mesmo sem saber o destino Quem segura as rédeas é o medo E o silêncio grita em segredo Nada muda, mas tudo queimou E o que sobrou já me bastou Carruagem, corre sem direção Leva o resto do meu coração Entre o ruído e a confusão Eu viro parte da combustão Carruagem, corta o meu chão Velocidade vira oração Se essa viagem é castigo Ao menos corro comigo A fumaça cobre a face do mundo E eu já nem sei se ainda existo fundo O céu desaba, o som me guia Mas a dor é quem faz companhia Quem dirige agora é o instinto E o asfalto vira labirinto Não há começo, só repetição A cada volta, uma explosão Carruagem, corre sem direção Leva o resto do meu coração Entre o ruído e a confusão Eu viro parte da combustão Carruagem, corta o meu chão Velocidade vira oração Se essa viagem é castigo Ao menos corro comigo As luzes piscam, o tempo cai Tudo é movimento e nunca mais Não tem chegada, nem final Só o impulso visceral Carruagem, corre sem perdão Sou o motor da destruição Se o fim me chama, que seja assim No fogo vivo dentro de mim