Perfume doce, engano no ar Flores nascem pra te enfeitiçar Todo belo tem um preço oculto E o toque certo pode te sangrar Você chama isso de paraíso Mas não vê o veneno no sorriso Entre rosas mortas e promessas vãs Tudo o que brilha, corta as mãos Bem-vindo ao jardim de espinhos Onde o belo te prende, em teu caminho O ouro cobre o podre, e ninguém vê O mal tem um rosto bonito, e um por quê? Eles pintam dor com tons pastéis Chamam de arte o que mata fiéis Disfarçam o pranto em moda e lei E você chama isso de poder Não há pureza em tanto disfarce O amor virou um golpe de classe Entre vitrais e mentiras em flor Quem dita a beleza apagou o horror Bem-vindo ao jardim de espinhos Onde o belo te prende, devagar O ouro cobre o podre, e ninguém vê O mal tem um rosto bonito, e um por quê? Brilham os rostos, brilham as telas Mas o vazio habita nelas Sorriem santos de porcelana Enquanto o mundo se engana Bem-vindo ao jardim de espinhos Sente o perfume, é teu caminho Toda beleza é uma prisão Toda verdade sangra em vão