Saí do casulo com a pele ferida Luz demais me cega, mas ainda é saída Carrego no peito os traços da dor Mas finalmente, ninguém mais tem meu motor Não sou borboleta de vitrine Sou mariposa errante, livre Aprendi a voar sem plateia Com asas queimadas, mas sem corrente que me arraste Eu escolhi a noite Quando a luz queria me consumir Não sou milagre, nem poesia Sou o grito que cansou de se reprimir Voando torta, mas inteira Tô fugindo do que me fez presa Não busco aplausos ou beleza Só quero existir à minha maneira Tentaram pintar minhas cores de branco Esconderam minhas manchas, chamaram de pranto Mas toda cicatriz que carrego no voo É prova de que saí do jogo Não fui feita pra encaixar no molde Minha liberdade é o que me escolhe E se eu sumir na imensidão É porque parei de pedir permissão Eu escolhi a noite Quando a luz queria me consumir Não sou milagre, nem poesia Sou o grito que cansou de se reprimir Voando torta, mas inteira Tô fugindo do que me fez presa Não busco aplausos ou beleza Só quero existir à minha maneira Voar nunca foi sobre altura Foi sobre não voltar pra grade Se é pra viver apagando meu fogo Prefiro ser fagulha na metade Mariposa na madrugada Sou a dança de quem não quer mais nada Livre não quer dizer ilesa Só que agora Eu sou minha fortaleza