Eu tento entender se o universo é só um erro Se essa pressa toda cabe em algum espelho Onde o passado não se dobra e o futuro não mente Mas é que a vida é feita de frases que a gente desmente E aí você chega, com a certeza no olhar de quem não viu Dizendo que o infinito é um presente que se partiu E eu não sei se o amor é o remédio ou o veneno O ponto exato onde o grande se faz pequeno É um canto desarmado que a gente insiste em voltar Uma pista falsa de onde não se pode escapar Eu te aceito, assim, no avesso do meu nó Porque a gente é só nós dois, e o resto é só o pó que o tempo sopra É que o teu jeito torto me revela o que é ser inteiro Me faz esquecer o volume de ser passageiro Você é a calma que eu procurei em outras cidades A verdade que não cabe em nenhuma das minhas vontades E eu desaprendo a pressa de quem sempre teve um plano Para caber, de vez, no teu espaço humano Se o destino é uma palavra que eu parei de usar Eu sigo no compasso lento, esperando o teu sinal Para não ter que nascer, viver, morrer de novo Pra entender que essa liberdade custa um pouco E o melhor da vida não está em fazer o certo Mas em ter o teu corpo por perto E a gente é um pouco mais do que um começo É o fim do medo que não tem mais endereço Acho que eu vou tentar ir