Já quis ser biólogo, trabalhar no mar Ser o filho que a minha mãe sempre queria se orgulhar Deixei a desejar quando eu comecei a andar com os cara Meu pai brigava, parei de estudar Queria me amostrar, colava na esquina Eu falava de uns progresso, de pura, de cocaína Me puxando igual ímã, eu nem tinha o dom da rima Mas a gíria, as prata e o crime de algum jeito me fascina Fiz estágio em Medicina com meu truta baleado No corre que ele rodou, me lembro que deu errado Esse é o tal fardo, coisas do diabo Vareda labirinto, moscou, um abraço Esse é o papo reto de um cara torto Eu tinha trampo, moto, paz e por pouco não fui morto Corre é ouro, tem pulso, se arrisca mesmo No corre pelo din de janeiro a janeiro Virou um pesadelo as rua de Teresina Virou um pesadelo, Mato Grosso em cada esquina Virou um pesadelo, no Pará só chacina Onde vamos parar? E os menor tudo de cima Me lembro o meu contrato em 2011 Primeiro trampo, Seu Amaral comigo foi sujeito homem Um passo a mais que a fome, comprei um telefone Daquele simplesinho, nada de iPhone Meu pai naquele dia pulava de alegria Ligando pra minha mãe, descendo a escadaria Me lembro da euforia, tá gravado na minha mente Aí Bruno, 8 horas começa o expediente É quente, cê é louco, que brisa massa E o poder de liberdade do homem ninguém paga Mais aí num sei, meu chapa, entrei numas parada E o trampo que eu amava já não valia nada Pisei com o encarregado que era ficha no bagulho Aí Ney, só saudade de trabalharmos juntos Porra vagabundo vou até mudar de assunto Que as parada que é pesada, eu vou levar pro túmulo An, melhor ficar de boa An, te amo aí coroa An, vou mudar minha pessoa Antes que eu morra Esse é um relato de arrependimento Desse louco que cê ouve nesse exato momento Coração pedrado, rebocado com cimento Afogando os drama em beat, lapidando meu talento Silêncio, aplausos, voz de favela Só queria ser melhor, acredite na ideia Silêncio, aplausos (e aí, Filho Dexter?) Só queria ser melhor, acredite na ideia