Eu sou cria, sou banto, filho desse chão Alvorada que desperta uma nação À flor da terra, alma brasileira Eu sou o samba da Estação Primeira E vem cantar um rio entre paixões e suas dores Abraça a negritude seus valores Faz a travessia de Aruanda Adeus Benguela, adeus cabinda e Luanda Preto novo na Kalunga é a luz do jacutá Kavungo! Vira terra, faz a morte se curvar É malungo, é macumba, mundo novo pra viver Se kaiango sopra o vento, faz a vida renascer Kaiango mameto, kaiangô kaiango Meu tata, kaiangá angola e, Angola Na alma carioca incorporou Construiu nossa identidade Resistiu, quando a fé foi maculada pela opressão E na cidade se deu a transformação Saberes que vem do Zungu valem ouro Na língua falado um tesouro Legado do congo e d'Angola E pelas ruas ao som do lundu A força do sangue bantu Transcende o tempo e aflora No batuque do funk aos carnavais Na magia das ervas ancestrais Heranças do povo de santo no jeito de ser De agir e pensar Ninguém poderá abafar Nem calar nosso canto