Era o casal perfeito, o homem certo, o bom partido matrimonial A mulher objeto disfarçada de futura mãe angelical Trocavam mais do que carícias Se amassavam nas poltronas do busão Nas mãos tanta malícia desejando o ato urgente da copulação E levantavam as saias, esqueciam outros passageiros Olhares ligeiros a incomodar a vista Mesmo que já conformados Era até mesmo engraçado Presente aos punheteiros Era a moral habituada Era macho e fêmea em ato sexual As testemunhas recatadas e excitadas com o sexo casual Mas condenaram o carinho Entre dois homens e duas fêmeas no busão As suas mãos entrelaçadas era o abuso moral da situação E levantavam vozes agredindo o amor entre os humanos Impondo os seus enganos E o casal perfeito em paz sobre as poltronas Ardendo em chamas Já gozados e levianos Mas na moral não há bandeira feminista Não tem acúmulo para a diversidade Não há bondade para o amor marginal Mas amoral é ser um bígamo machista E ser aceito como fruto da verdade Falta bondade pra aceitar o que é normal