Qual a receita de um encontro? No que consiste um momento Em que te vejo e não sei como Me portar em frente a ti? Me diz como posso esconder Ou arrombar as portas Desconfundir essa agonia Que me faz dar voltas E voltar sempre pra ti Qualquer hora, qualquer lugar Seja aqui, seja aí Seja e deseja o que tiver de ser Mais que ser e assim será De tanto pedir, tanto sonhar A realidade há de entender Que é preciso importar O outro pra dentro de você E dele tirar o que há de bom E o que há de incerto há de aflorar E aflorando há de regar E regando há de crescer E crescendo há de aprender Que encontro é feito rima É desabraço feito abraço É feito não caber nos braços de alguém Não, não há poeta que transcenda Não há mão que possa desnudar Não há som que silencie Não há prazer que supra Não há paz que possa acalmar A vertigem que me dá Só de pensar Em caber tanto em você