Amei demais e recebi apenas sexo em devolução O amor que eu quis pra nós dois ficou apenas num colchão Escrevi histórias na areia da praia Mas a maré levou, como leva tudo que desmaia Te dei o mundo em papel de bala, com cheiro de cigarro e vinho E você sorriu torto, dizendo que o amor é só um espinho Fingi que entendia, mas fiquei cego no farol da ilusão E dancei com teus fantasmas até perder o chão Te procurei nas cartas que nunca enviei Nas promessas que fiz quando eu mesmo já duvidei Teu nome virou vício, tatuado em silêncio E eu, tolo, acreditando no amor suspenso Hoje brindo ao vazio com goles de ironia Rindo do drama que eu mesmo escrevia Teu retrato desbota, mas ainda me olha Como se a culpa fosse só minha e talvez seja, agora Mas quem ama sem retorno vira música de bar Um grito engasgado querendo voltar Eu fui o verso que o tempo apagou Um beija-flor cansado que não voou E se a vida for palco, eu já fiz meu papel Deixei sangue, suor e sal no céu No espelho vejo ecos do que não foi meu Sorrisos roubados, promessas que ninguém leu Aprendi a dançar sozinho na chuva, sem perdão Com passos de quem ama demais e guarda solidão O tempo levou teu rosto e me deixou a canção Um refrão de adeus, marcado na palma da mão E se um dia teu olhar voltar pra me achar Vai encontrar só lembranças que eu não quis apagar As luzes se apagam, e eu fico só com a memória Guardando teus risos, tua dor e nossa história O palco vazio ecoa meu canto de despedida Um grito engasgado que ainda respira vida E sigo andando, entre a saudade e o querer Com a alma marcada pelo que não pude ter O vento leva teus rastros, mas deixa meu refrão Como última entrega do meu coração Mas quem ama sem retorno vira música de bar Um grito engasgado querendo voltar Eu fui o verso que o tempo apagou Um beija-flor cansado que não voou E se a vida for palco, eu já fiz meu papel Deixei sangue, suor e sal no céu E a noite cai pesada sobre meu quarto em silêncio Cada sombra me lembra teu riso e teu desprezo Fico só com meus fantasmas, ecoando meu coração Amor que não voltou, só restou solidão As paredes guardam tudo que eu não disse E a Lua testemunha as promessas que se desfez No fim, caminho sozinho, sem ninguém na mão Atravessando o mundo inteiro, carregando uma ilusão O vento levou meu nome, mas não levou teu perfume As ondas voltaram pra praia, trazendo o que restou do ciúme O Sol se escondeu e eu já não sei te procurar Sombras no chão me lembram do que não vai voltar O vento sussurra teu nome e some na imensidão E eu fico aqui, preso entre o amor e a solidão