Eles têm medo Medo do livro na mão do favelado Medo da mente acordada Medo do gueto consciente O sistema não quer a favela lendo Quer o povo calado, sofrendo e temendo Teme a criança que aprende a pensar Porque sabe que um dia ela vai se levantar Eles preferem a escola sem livro O jovem sem sonho, perdido no vício Querem cultura trancada na prisão Mas tremem quando escutam nossa educação O sistema tem medo da favela que lê Do preto que estuda, da mulher que crê Eles querem silêncio, escuridão e dor Mas saber é luz, é libertador Eles temem a rima que vira saber A palavra que ensina a não mais obedecer Temem o rap, o reggae, o tambor Porque a batida desperta o pensador Querem o povo pedindo migalha Não suportam ver mente que trabalha Quando o saber chega no morro em pedaço É muralha caindo com um simples compasso O sistema tem medo da favela que lê Do preto que estuda, da mulher que crê Eles querem silêncio, escuridão e dor Mas saber é luz, é libertador Não querem o livro, querem o fuzil Não querem futuro, só o funil Mas cada mente que acende é revolução E a favela acordada vira nação Hoje tem sala no beco e lição na laje Tem criança escrevendo além da margem Tem professor na quebrada com fé E saber resistindo de pé A favela é escola, é mestra, é razão É poema que nasce no chão Se o sistema tem medo, é porque viu Que o povo de pé é o maior desafio O sistema tem medo da favela que lê Do preto que estuda, da mulher que crê Eles querem silêncio, escuridão e dor Mas saber é luz, é libertador Eles temem o livro mais do que a arma Porque o livro ensina a lutar Sem se ajoelhar E o povo que pensa Ninguém mais cala O sistema tem medo da favela que lê Do preto que estuda, da mulher que crê Eles querem silêncio, escuridão e dor Mas saber é luz, é libertador O sistema tem medo da favela que lê Do preto que estuda, da mulher que crê Eles querem silêncio, escuridão e dor Mas saber é luz, é libertador