Vozes da terra Yeah oh, oh oh É a voz dos ancestrais É o grito que ficou pra trás Cheguei acorrentado num navio negreiro Deixei pra trás meu tambor, meu terreiro No peito a fé, no olhar o cansaço Mas minha alma seguia no compasso Na mata meu irmão já vivia em paz Veio o branco e tirou tudo que ele traz Fez da flecha pecado, da reza um crime Mas o espírito forte nunca se reprime Somos vozes da terra, do céu, do mar Nossa história ninguém vai apagar Somos sangue sofrido, mas nunca em vão Somos luta, verdade e libertação Plantando cana de Sol a Sol Carregando dor pra encher o anzol No tronco batia a mão do senhor Mas o coração batia mais forte que a dor No quilombo nasceu o levante Na aldeia se ergue o semblante De quem resiste com maracá na mão Com a força da mata e da tradição Somos vozes da terra, do céu, do mar Nossa história ninguém vai apagar Somos sangue sofrido, mas nunca em vão Somos luta, verdade e libertação Oh Jah Nos guia com tua luz ancestral Nos livra do mal colonial Uh yeah (Verso 3) A cruz foi forçada, a língua calada Mas nossa cultura nunca foi apagada Tem axé no batuque, tem reza na aldeia Nossa raiz cresce forte, ninguém semeia Não somos passado esquecido no chão Somos a base dessa nação Se o livro não conta, a canção vai contar E o vento do tempo vai espalhar Somos vozes da terra, do céu, do mar Nossa história ninguém vai apagar Somos sangue sofrido, mas nunca em vão Somos luta, verdade e libertação Oh, oh oh Libertação Somos o povo da libertação