Olha parente escute o que eu vou lhe dizer Sem água na terra não dá pra viver Quem disse que o rio ia secar A boca, o furo o atalho fechar O imaginável hoje bate na porta e assusta Quem disse que o barco não ia passar Na terra, na lama iria encalhar E eu agora, isolado espantado sem acreditar A cobra grande agoniza no Sol escaldante E o curumim caminha há mais de uma hora em busca de água A fumaça acinzenta o céu E a única fonte de água são as lágrimas ao ver sem nada o espinhel A ganância te envenenará E o meu Boi Caprichoso agora é bandeira, é povo fazendo a luta ecoar O Tapajós não vai secar O Amazonas vai inundar Os lagos, as fontes, os igarapés Não vão se entregar O Javari não vai morrer O Anavilhanas florescer Macuricanã torrentes das novas consciências Caprichoso ao som da toada Faz a retomada pra água correr Lá vem a chuva Quero ficar de bubuia E vem banhando o beiradão Cheia grande molha o chão Lá vem a chuva Quero ficar de bubuia E vem banhando o beiradão Cheia grande molha o chão Toca o tambor do meu Boi Caprichoso Boi, boi, boi, boi Boi, boi, boi Aqui o povo brinca de boi e grita pro mundo Ninguém vai calar o meu boi Boi, boi, boi, boi Boi, boi, boi Aqui o povo brinca de boi e grita pro mundo Ninguém vai calar o meu boi O acapu não vai tombar A castanheira viverá A arara, o tatu, o maracajá Daqui ninguém vai roubar A andiroba curará Raiz e erva em minha fé A minha floresta é minha esperança Amazônia de pé