Pelas ruas da cidade vejo nojo, caos e anjos perdidos Uma geração em martírio buscando um pouco de alívio Tentando achar um culpado pela desgraça do mundo E fugir de uma sociedade doente onde nada mais é absurdo Uma menina acorda na madrugada Com algo quente em suas mãos Parece uma arma mas não de brinquedo Ela finge não acordar Apenas vira-se e dorme Um homem com sua mente Comete um ato de violência Causando dor maior que qualquer murro Ele era seu pai E deveria protegê-la O ciclo de abuso tem que acabar Levei 30 anos pra organizar O trauma, a furia, a angústia brutal Da misoginia que é estrutural Ainda há tanto tabu e opressão São tantas lutando contra a depressão Não cale mas sempre respeite o seu tempo O processo de cura as vezes é lento