Estes poemas que chegam Do meio da escuridão De que ficamos incertos Se têm autor ou não Poemas às vezes perto Da nossa própria razão Que nos podem fazer ver O dentro da nossa morte As forças fora de nós E a matéria da voz Fabricada no mais fundo De outro silêncio do mundo Que serão eles senão Uma imensidão de voz Que vem na terra calada Do lado da solidão Estes poemas que avançam No meio da escuridão Até não serem mais nada Que lápis, papel e mão E esta tremenda atenção Este nada Uma cegueira que apaga A luz por trás de outra mão Tudo o que acende e me apaga Alumiação de mais nada Que a mão parada Alumiação então De que esta mão me conduz Por descaminhos de luz Ao centro da escuridão Que é fácil a rima em Ão Difícil é ver-se a luz Rima ou não rima com a mão