Enquanto só no rádio do X nossa voz for audível Cresce a arte tumular e a paz segue impossível Não querem o gueto comercial e industrializado Então colhem a fuga de lancha, no BO ousado Colhem o bi-articulado queimando perto da residência Na retaliação do preso à injusta transferência Reina o horror, quando os direitos são farsas Quando matanças oficiais têm bandeira hasteada Duzentos manos do tráfico no pinote pro mato Simboliza mais vida protegida por policarbonato Segurança pública é utopia, na guerrilha Onde exterminam e deixam um pra contar pro resto da quadrilha Mano, os verme colou, da ação da locadora de carro Algemaram os parça, miraram no peito e fuzilaram Armistício não vem com a política Da matança na chácara de Várzea Paulista Ou com o download da caridade nos 4-8-6 Que a elite doa, na ilusão de não perder a orelha Enfia no cu sua Ação Global com RG e dentista Mentira filantrópica pra audiência televisiva Quem oferece criança pro deus das armas Ganha vale-eletrocussão na casa assaltada O carro de escolta metralhado com 300 tiros É aviso que, sem igualdade, a paz segue impossível Enquanto a miséria produzir corpo irreconhecível Enquanto preso for taxado como incorrigível O apê invadido tem chuva de tiro As camisetas com fotos aumentam e a paz segue impossível Enquanto a miséria produzir corpo irreconhecível Enquanto preso for taxado como incorrigível O apê invadido tem chuva de tiro As camisetas com fotos aumentam e a paz segue impossível Querem a lei em nome do boy, depois do menor atirar Mas, após a chacina, quem pediu a Lei DJ Lah? Não deviam por branco pra abaixar a maioridade penal Mas pra reverter a falência educacional Não senhora, quem matou seu filho não foi um animal Foi uma das crianças vítimas da exclusão social Quem merecia ir pra câmara de gás inalar a morte É o governante que dá ponto 50 com suporte Não jogaríamos dorso em saco de lixo Sem a co-autoria satânica dos bem nascidos Quem quer fogo suspenso, tem que sonhar com a matéria Tem um matadouro pra Gaddafi em cada favela Pros homens de posse que só amam a grana Tipos os que mandaram a ONU deixar a escola de Ruanda Enquanto soltam pombas, o investigador oferece o Kit Colete do GARRA, banana de dinamite Vende fácil, por uma quantia mensal O dia, a hora, o local da operação policial Decretar pra chefe do morro pena capital Não invalida a apólice do seguro empresarial Enquanto o pobre em idade ativa virar procurado É bala no cérebro que não lembra o nome de empregado A espada samurai seguirá fatiando o executivo Deixando legível na sua pele que a paz segue impossível Enquanto a miséria produzir corpo irreconhecível Enquanto o preso for taxado como incorrigível O apê invadido tem chuva de tiro As camisetas com fotos aumentam e a paz segue impossível Enquanto a miséria produzir corpo irreconhecível Enquanto o preso for taxado como incorrigível O apê invadido tem chuva de tiro As camisetas com fotos aumentam e a paz segue impossível Não se iluda, a paz oferecida pelo dominante Só te dá esponja e desinfetante Quarto poder só aceita convivência pacífica Com você abrindo a porta, na posição de manobrista Por isso, vive a um passo da execução mexicana Serra elétrica na garganta, em frente à câmera Principalmente, quem institui um ônibus-biblioteca Pra cada mil bares na favela Todo mundo odeia o Edu porque não quero dente de ouro Quero evitar reconhecimento de corpo O vendedor da funerária te pegando deprimido Pra entrar na sua mente e vender jazigo Não podemos ser Iwazaru, Kikazaru, Mizaru Pra viver de boca, ouvidos e olhos tapados O homem negro esperou, sem sucesso, reparação Só quando exigiu cota, teve um pouco de inclusão O detento ficou décadas sendo torturado Só foi ouvido quando pôs bomba em repartição do Estado Reaja ou vai ser o indigente doado pelo governo Pra usarem seu crânio pra fabricar cinzeiro Ser o corpo exibido na amostra Pra aluno do Vértice estudar suas fibras nervosas Enquanto a lixeira oferecer o alimento consumível O CZ fura a blindagem e a paz segue impossível