Vigário: Ó proprietário venho lhe pedir Pelo casal cuja mulher vai lhe servir Faça uma concessão pro povo lhe aplaudir Proprietário: Olha seu Vigário Se ela quer ser a primeira eu posso ouvir Nessa noite vão ser cinco Vou lutar com mais afinco Uma exceção eu posso até abrir Vigário: Pelo contrário, eu peço por favor Eles se amam e é por força desse amor Lhe suplicam que dispense o ritual, senhor Proprietário: Olha seu vigário Rebeldia eu não posso admitir Precedente é perigoso Logo, logo todo o povo Vai, assim, também querer pedir Vigário: Mas proprietário, essa é uma lei vulgar Talvez até isso pudesse se mudar E assim o povo iria lhe homenagear Proprietário: Ora seu vigário, abdicarias tu das tuas leis Do direito de casar-nos Batizar-nos, confessar-nos Me responda, agora é sua a vez Vigário: Isso é sagrado, não e tributo não Não é dever imposto nem obrigação Mas Deus oferece em troca a nossa salvação Proprietário: Se Deus oferece o céu, aqui na terra eu ofereço o pão Sou esposo, pai e amante Todos tem a todo instante Aqui na terra a minha proteção Vigário: Pois bem, só mais uma observação Excesso de poder derruba o cidadão Arbitrário é o poder que do povo não sai Sai não... Proprietário: E deixou no ar uma ameaça. Audácia desse vigário! (falado)