O velho índio, ancião de sua tribo Espia o chão pra conhecer onde se pisa Espia o céu pra exaltar esses astros selvagens Pederneira que faz a centelha Dança o fogo e afugenta olhos maus Na silhueta de seu corpo bailarino Há uma fogueira por detrás que arde a pele Que assa o peixe e que afasta os fantasmas da mata E pelo brado dos antepassados Beija os pés das imagens enfim Sim, do caos veio a Terra Sim, da terra o índio Sim, do índio o fim de uma pergunta Fim do índio pro homem Fim do homem pro mundo Fim do mundo, enfim de volta ao tal caos Os brancos homens não acatam a lei da aldeia Atiram os totens como lenha na fogueira Rapinam a terra e aterram até mesmo a colheita Pois não sentem na pele vermelha O apreço do laço tribal Lábios txucarramães baforam doces frases Que uma aranha é tecelã de seu caminho E um velho índio reconhece o que pode uma perna Dá um passo e jamais escorrega Só por isso merece um altar