De tanto ver meus olhos vão cegar De tanto escurecer a noite já vai clarear Palavra de tanto engolir a voz vai embargar De tanta fé as mãos até vão calejar De tanto em tanto eu vou continuar Por teimosia, pra pirracear A roupa de tanto vestir na pele vai grudar O riso de tanto sorrir, amarelar E a gente de tanto se repetir não vai notar Que a gente de tanto se repetir não vai notar À toa de se entupir no pé vai tropeçar Cachaça de tanto descer até dá pra cantar O rosto de tanto se ver no espelho vai ficar Ressaca de tanto viver entediar E a gente de tanto se repetir não vai notar Que a gente de tanto se repetir não vai notar