Manifesto Bastardista

Célia mara

Foi como um traste que pintaste a quem me espelha
Foi nosso o mártir  varrido da história
Tudo sucumbiu à sua força embusteira
E Deus e o diabo é quem veio nos governar

Orangotango, mulato, muli, mulambo, pé-rapado
saltimbanco, cara-de-pau-de-arara
Cabocla, negra, feia estúpida paisagem
E nada salva a mestiçagem
da mestiçagem sarará

Globalizaram a ferro e a fogo a aldeia
E continua a Globo a categuizar, mulato
Negro, mestiço só na cozinha ou na cadeia
Cachinhos d'ouro é o tipo nacional.

Exporta samba, mulata, telenovela
Café, o sexo dela é produto nacional
Véio  trapaceiro, anti-semita, ruralista
Da Europa centralista  dividir  o império do
carnaval.

Veio com mil  dardos essa multidão aflita
Esperneando  uma  multidão sem cabedal
Que hoje é pálida, murcha e parasita
e se diz bendita a raça superior tradicional.

um vaso que se quebra é como quem odeia
os cacos ferem sangram até cicatrizar
e a planta que se colhe é a que se semeia
e olho por olho é o dito popular.
Página 1 / 1

Letras y titulo
Acordes y artista

restablecer los ajustes
OK