Caminham guaranis pelas estradas Trapos de gente se arrastando a pé Restos da raça dos meus sete povos Últimas crias do sangue de Sepé. Fazem balaios de taquaras bravas Em pobres ranchos que parecem ninhos Onde se abrigam aves migratórias A mendigar alguns mil réis pelos caminhos. O balaio foi taquara, a taquara foi a lança O balaio foi taquara, a taquara foi a lança, Que esteiou os sete povos quando o pago era criança Vão os índios pela estrada como aguapé pelos rios Cantam ventos tristes nos seus balaios vazios, Cantam ventos tristes nos seus balaios vazios. Seguem os índios o destino peregrinos dos sem terras Tropeçando nos caminhos já sem luz Afogados na fumaça do progresso Junto aos animais em debandada. Das florestas virgens violentadas Pelos que vieram pelos que vieram sob o símbolo da cruz. Quem os vê na humildade dos perdidos Na senda amarga desses tempos novos Não acredita que seu braço um dia Levantou catedrais nos 7 povos Vende balaio o índio que plantava Um novo mundo no império das missões Balaios de taquara que eram lanças Marcando a história das 7 reduções.