"Fronteira! De um pago ao outro Templada pelos rumores Dos flecos dos tiradores E correrias de potros Fronteira, chão de nosotros Que hablamos de mundo e gente Numa escaramuça insistente De redomões e vigüelas Firmando sueños e espuelas No garrão do continente Fronteira é bem mais fronteira Onde a imensidão se alonga No repicar das milongas E assobios de boleadeiras Fronteira é sempre fronteira Viva no canto de um galo Que sempre traz o regalo De florear num garganteio A inquietude dos anseios De quem vive de à cavalo Das barrancas do Uruguai Aos obeliscos da linha Uma irmandade caminha E tempo adentro se vai Porque a liberdade atrai Os que peleiam por ela E a fronteira é uma janela Aberta sem venezianas Que a todos os pueblos se ermana A pátria verde e amarela Fronteira! Dos atropelos Chimangos e maragatos Abarbarado retrato Do tempo em que era sinuelo Fronteira do mesmo pêlo Da mesma marca e sinal Meu velho torrão bagual Templado de anseios novos Acolherando Três povos Gaúcho, pampa e oriental Fronteira e bem mais fronteira Quando se arrasta um veiaco E um fronteiro firma os taco No balanço da soiteira Fronteira é bem mais fronteira Quando o presente e o passado Trazem o futuro ajujado Junto da machaça estampa E um touro que afia a guampa N'algum cupim do banhado."