Me sobra cavalo Pra encurtar estradas Tenho as madrugadas E um céu estrelado Um ranchito humilde palanque de sonhos Se a prenda mais linda tenho ao meu lado Um clarão de aurora Pintando horizontes O sol deixa a sanga De ouro tingida Um cusco brasino Que a sombra do baio Tranqueando faceiro é parceiro na lida De mais só preciso de um mate um parceiro Que de uma guitarra castiga e a bordona Ao pé do foguito num galpão de estância Pra ter sentimento floriar da cordiona Então se alma dentro gaviona uma ansia Do peito escapa a galope algum verso Um timbre pampeano numa rima gasta É paz num galpão Que se faz universo E até o rigor Do friozito do agosto Que estende algum poncho Nos ermos pampeanos Se faz poesia no quebrar da geada Doetando com o ringir do basto castelhano E o vento assoviando Pelos alambrados Tranquea alolargo Se vai sem destino Por fim tenho a lua Que pensa matrinha Do termo romance pago e campesino