A negritude trazia A marca da escravidão Quem tinha a pele polianga Vivia na escuridão Desgarrado e acorrentado Sem ter direto a razão Castrado de seus direitos Não tinha casta nem grei Nos idos de trinta e cinco Quando o caudilho era o rei E o branco determinava Fazia e ditava a lei Apesar de racional Vivia o negro na encerra E adagas furavam palas Ensangüentando esta terra Da solidão das senzalas Tiraram o negro pra guerra Peleia, negro, peleia Pela tua independência Semeia, negro, semeia Teus direitos na querência Deixar o trabalho escravo Seguir destino campeiro As promessas de igualdade Aos filhos no cativeiro E buscando liberdade O negro se fez guerreiro O tempo nas suas andanças Viajou nas asas do vento Fez-se a paz, voltou a confiança Renovaram pensamentos A razão venceu a lança E apagou ressentimentos Veio a lei Afonso Arinos Cultivando outras verdades Trouxe a semente do amor Para uma safra de igualdade Porque o amor não tem cor Sem cor é a fraternidade Peeleia, negro, peleia Com as armas da inteligência Semeia, negro, semeia Teus direitos na querência