Como ser canção e não ter a voz para soltá-la Como embarcação em mar sem cais para atracá-la Como ter a dor sem ter o consolo pra acalmá-la Como ser verão, sem o sol brilhar é ter coração sem compartilhar Repartindo o pão o amigo parte o próprio corpo Estendendo a mão traz perdão e firma os pés de um coxo Louco de paixão, bebe a dor do cálice do outro Tendo pulsação, gosto ao paladar, e no coração o sabor de amar E o verbo se fez carne E na carne o coração Não conteve o grande amor por nós A vida tem sentido quando as notas da canção Rasgam o peito de quem ouve a sua voz