Ê povo de ganga ê Bate o tridente que esse palco vai tremer Ê Exu laroyê Abre os caminhos pra malunga percorrer E fazer revolução pretejar o pensamento Resistir à opressão, consagrar seu nascimento No tablado do teatro o destino lhe sorriu E saiu do anonimato, pra ser muito mais Brasil Assentada no teatro jamais se entregou Mostrou de fato, que não há escravo e nem senhor Kaô meu pai, chama justiceira Na ribalta ou na pedreira Queima todo preconceito Imperador toca a lira de Orfeu O negro venceu! E pra Léa meu respeito O dom de encenar, protagonizar Se destacar na ginga e na raça Provar a casa grande Quem é baobá não teme mordaça Viva chico rei! Viva nega Xica! Yabá firma o ponto na canjira Ancestralidade, retinta verdade Marcada no olhar Vai brilhar nos braços de olorum Hoje seu talento é premiado Em cada preta sua história, seu legado Arroboboi Oxumarê Arroboboi Oxumarê ô A mocidade é nossa morada de axé Malunga gira no candomblé