[Enredo: Tito Arantes - O Narciso Negro do Samba Paulistano] Minha luz transcendeu o Orum Risquei o céu até o Panteão Vim em força ressonante Alma vibrante para erguer teu pavilhão Feito uma águia, construí meu ninho Morada de acordes, melodias geniais Me vesti de verde e branco Mostrei que o negro é capaz Deu rosas, deu rosas Hoje o sabiá sou eu! Voltei pra te ver passar Trinado ecoa no ar A roseira floresceu! Minha voz, meu empoderamento Meu pensamento foi o tom da trajetória No discurso, um sentimento A narrativa para a glória Eu dei as mãos a quem pedia um lugar ao sol E caminhei pra que pudessem alcançar Mas hoje eu vi o negro marginalizado Que no samba devia ser consagrado À eterna gratidão Debaixo da Tamarineira, ergui minha bandeira Nos versos dessa canção E me uni a baluartes pra trazer a mensagem Feito luz de constelação Sou Tito, narciso negro Erguido por raízes ancestrais Negro, o samba é teu pertencimento Alegria e fundamento Traço dos meus carnavais