Meu baião mistura o cordel de Zé Limeira A poesia de Manuel Bandeira Com o povo da beira da praia E o povo sem eira do sertão Tem gente que não vai entender meu baião Ao ver João Batista de bandeja rodar com Maria Antonieta Perdendo a cabeça na gandaia com o povo da beira da praia E o povo sem eira do sertão Tem gente que não vai entender que o baião É um baio alazão, não tem cabresto, pretexto sem texto e nem contexto Zabumba meu boi sem capitão É assim meu baião, sertão e mar Razão, desrazão, sem chão nem ar Lampião de olho vesgo na retrêta mirou Zé, matou Zagaia Quando olhava de luneta pela grêta, na tocaia Deu três tiros de baião com a baioneta da espingarda Galileu da Galiléia viu Medéia entediada Foi depois que leu a carta que chegou de Itumbiara Zaratustra assim dizia que Jacó profetizara Se o sertão virar mar e o mar sertão Netuno será o rei do baião E Gonzagão o rei do mar Quando Nero no baile aparecia o forró se incendiava Benza Deus, Ave Maria, tanta gente se achegava Parecia romaria, um corisco o céu riscava Navegando pelo Tejo num badejo que avuava Era o disco avuadô que Zé Limeira passeava Me jurou cego Aderaldo que viu tudo e atestava