O relógio parou A parede é fria O ar pesa Sem direção Um passo distante Sem companhia Um nome esquecido Na escuridão Nada responde Tudo observa Os olhos cansam De procurar Um sopro antigo Ainda conserva O que um dia Quis respirar No quarto sem luz Eu permaneço As sombras me chamam Pelo nome Silêncio É o que conheço E o tempo Me consome As vozes se apagam Tão lentamente Velas se curvam Sem calor A pele não sente Tudo é ausente O frio domina Sem cor Nada se move Tudo espera O mundo esquece De pulsar O espelho cala Me nega o rosto Nem tenta Me lembrar No quarto sem luz Eu permaneço As sombras me chamam Pelo nome Silêncio É o que conheço E o tempo Me consome Talvez eu nunca tenha partido Talvez só tenha deixado de estar Entre o fim e o esquecido Há um lugar pra descansar