Nã nã nã nã nã Nã nã nã nã nã Nascida do mistério Ela viu o tempo no início de tudo Traz no ventre A semente da origem do mundo E o abismo escondido nos cabelos Dos antepassados guarda os segredos No fundo do lago onde vive Com a memória do povo no olhar Vela por nós em seu silêncio Acolhedora fortaleza das travessias Subterrânea morada onde me encontro A mesma terra interior de onde todos viemos É a casa de Nanã senhora Que em mim vem habitar É a casa de Nanã senhora Que aqui venho saudar Nanã Buruquê Mãe Velha que sabe tudo Nanã Buruquê Leva o que tem que morrer Nanã Buruquê Desperta a mulher primitiva Nanã Buruquê Que dança nos ciclos da vida Nanã Buruquê inteira Em sua natureza