Trago na pele, seu moço O cheiro de lá De uma terra distante Longe do mar Trago meu sonho guardado Num caçuá Olhe meu rosto, seu moço Pra que chorar? Tanto desgosto e desgraça Não adiantou Nem a cegueira da morte Me segurou Pra que temer, ó seu moço? Eu quero é teimar Eu nasci no meio das pedras De Uauá Ê, deixa a Lua chegar Deixa incandear As pedras de Uauá Ê, deixa o bode berrar Deixa o berro encantar O povo que vem de lá Sigo na luta, labuta Sem reclamar Mas nunca deixo, seu moço De ver o luar Calo e calor não adianta Não vou calar Mesmo com nó na garganta Pra que chorar? Foi tanta pedra e espinho Mas tô aqui Deus é quem fez o caminho E eu segui Pra que temer, ó seu moço? Eu quero é teimar Eu nasci no meio das pedras De Uauá Ê, deixa a Lua chegar Deixa encandear As pedras de Uauá Ê, deixa o bode berrar Deixa o berro encantar O povo que vem de lá Quando eu sinto minha força Quase a acabar Eu lembro da moça, seu moço Que deixei lá A quem prometi, seu menino Um dia voltar Mas vou cumprindo um destino Pra que chorar? Um dia eu volto e na mão Levo uma flor Mas por enquanto eu suporto A minha dor Pra que temer, ó seu moço? Eu quero é teimar Eu nasci no meio das pedras De Uauá Ê, deixa a Lua chegar Deixa encandear As pedras de Uauá Ê, deixa o bode berrar Deixa o berro encantar O povo que vem de lá Ê, deixa a Lua chegar Deixa encandear As pedras de Uauá Ê, deixa o bode berrar Deixa o berro encantar O povo de Uauá