No estilo da estampa um resto de pampa Farrapo nos trapos Bombacha já rota melena revolta e um jeito de guapo Chapéu deformado um lenço rasgado ainda bandeira Guaiaca roída rimando com a vida do João da Fronteira Por quê, oh João deixaste o galpão E a lida campeira pra ser na cidade Mais um João-saudade, sem eira, nem beira Seu moço, o senhor não sabe a saudade de um campeiro Que se extraviou na cidade grande na lida de papeleiro Eu ando marcado de cincha nessa carrocha que eu pucho Usando uns restos de pilchas do que sobrou de um gaúcho O João da favela que a vida atrela a um carro de mão É João-lá-de-fora, repontando agora papel, papelão E assim, quem diria, que a sorte um dia lhe desse este pealo O João já nem sente que ontem ginete é hoje o cavalo