Dadas as mãos Há sempre um vão Entre nós O prazer toca o limite Sinto meu corpo fora Sinto meu corpo no seu O amor reúne e parte Vidas não se misturam Cruzam-se, mostram e escondem Se eu nunca sou o mesmo E há sempre tantas diferenças em você Como posso te encontrar? Como me reconhecer? Não cabemos um no outro Não nos cabe lamentar Então me deixa estar no seu corpo Feito tatuagem Em carne viva! Algo me arrasta Pra longe, fora de mim Somos dois neste exílio Lado a lado, rua sem fim Ao tocar-te, me afasto Traçando os contornos de nós Somos imensos Incompletos como o amor Somos puro desejo Falta Inclinação Precipício Precipitação