I Minha terra tão querida, Meu encanto, minha vida, Santarém do meu amor, Deus te deu tanta riqueza, Enfeitando a natureza Que inspira o teu cantor. Que saudade a gente sente Quando está da terra ausente! Dá vontade de chorar... Vê-se o rio cristalino, "Rocha Negra" e "Diamantino" desfilando no pensar!... II Quando à noite a lua cheia Vem brilhar na branca areia Da formosa "Salvação", O cantor faz serenata, Entre o rio e a verde mata, Ponteando o violão!... E se a noite está serena Vai cantando até a "Lorena". Que saudade isto me traz!... Recordando os teus encantos Dos meus olhos correm prantos Recordar é sofrer mais. I Vi em sonhos encantados Teus eternos namorados: Amazonas, Tapajós. Paralelos no caminho Disputando o teu carinho Numa luta tão feroz. "Ponta-Negra" entre os dois rios tem suaves amavios que eu recordo a soluçar... Santarém fica defronte, E as catraias formam ponte Que ao "Trapiche" vai chegar!