Como a ferida que sara Um tapa na cara Uma dor que não para As coisas são como são Uma vida que acaba Um peixe na água Me isolo em casa Perdendo a animação Andar com os pés cansados Papéis amassados A chuva cai molhando as tuas mãos Leite derramado Um tênis surrado Um dedo cortado em que pinga um limão Não dá para mudar O que já aconteceu E as vezes tem que assumir O culpado fui eu Levanta e corre Esquece o que pode O que passou passou E já ficou no breu A bala que entra Eterna e atenta E que em segundos joga A sua vida inteira para trás A mão que levanta A voz que se assenta E que bota para fora o que não aguenta mais Joelhos dobrados Mil olhos fechados Dentro de uma casa em busca de perdão Teus sonhos queimados Todos cansados A noite em suas camas Traz a escuridão Não dá para mudar O que já aconteceu E as vezes tem que assumir O culpado fui eu Levanta e corre Esquece o que pode O que passou passou E já ficou no breu Nem toda areia da praia Vai tocar a água Isso é verdade E eu entendi também Mas, o Sol brilha para todos Pode ser que não saiba Mas vai que hoje Ele brilha para tu também Enquanto a mão que te bate For a mesma que afaga Só quero que saiba Não vai mudar meu bem Se a coroa de espinhos For o que te ornamenta Mesmo sendo bonito Deve doer também A conformidade Pode ser o que te mata Você vira a noite esperando alguém Sonhando acordado Perdidos e achados Caçando um fantasma Que nunca mais vem