Sozinho na estrada eu só vejo poeira Só eu e minha moto a noventa por hora Só quero ir embora e esquecer tudo isso E desaparecer, sem deixar resquícios Me prendi em vícios que me corromperam Desmoralizaram, pois eu me rendi Minhas virtudes se perderam Quando pelo mundo eu me destruí Não quero isso aqui, não Uma vida nova longe de todos Minhas cicatrizes clamam pelo novo A minha arrogância clama por distância A minha infância, passa na minha mente Como em um filme, só que no presente Doente da alma, ardente em traumas Que só se acalmam com o pai que da calma Não dá pra acostumar Com a vida póstuma Mas não vou espumar Só não vou consumar O erro que homem comete Vem na conta do bilhete Não vou ser marionete Mano, eu vou descer o cacete Em tudo que aqui me impede Vou dar conta sem macete Se a vida parar me pede Eu pulo do parapente Tento Enfrento E eu não paro porque Nessa estrada o caminho eu vou seguir Nada me para, o sentido é conseguir Fonte aqui dentro se renova e o vento bate Uma nova prova, outra luta, outro combate Na montanha eu me escondo E viro a noite compondo A minha vida eu to pondo Não sou um omisso Em cada linha propondo Não ser submisso A quem te quer chão E a visão do mundão Que só vai te jogar Num profundo abismo Um segundo em vão É a gota que seca E matar sua sede Poderia isso Eu vou rimando contra a chuva Mas ela cai como luva Pra me renovar Disso desprender Não vou me render Vou partir pra outra Eu quero vencer, uma nova guerra Pois no cerne, aqui se enterra Todos sentimentos do cêis que quiseram O meu mal e eles só fizeram Eu me acostumei com a batalha Sim, também busco a minha paz Mas não reclamo mais da navalha Eu to no mode solo voraz Na verdade Só respondo ao ataque Princípio da não agressão Tipo Ancap Mano que se foda Eu não preciso de conhaque Nem pagar uma de foda Usando cavanhaque Eu já cansei de rotular, já Vivi pra copular Mas eu saí da cópula, e eu vi A cegueira que na vida me meti Então chega disso aqui Na rota alternativa Alter-ego se livra E cai na realidade E se o tigre vier Eu vou bater no peito Fazer cara feia E partir pro abate Nessa estrada o caminho eu vou seguir Nada me para, o sentido é conseguir Fonte aqui dentro se renova e o vento bate Uma nova prova, outra luta, outro combate