A tarde boleou a perna pelo lombo da cochilha E um ouro de maçãnilha floresceu no descampado Um salpicado de estrelas impeça bordar o céu E um véu de neblina branca se acampa sobre o chapéu O vento se tapa bruto contra as asas do meu pala Um lenço pede bolada pra escaramuçar nessa hora Meu baio pisa macio qual galo de boa pua A lua se aninha prenha pela roseta da espora Venho costeando açude bombeando minha silhueta E uma traíra engambeta a focinha num bolcado Pois sempre existe uma ânsia de quem volta pra morada Com a idéia desnorteada de andejar enforquilhado Até me vejo na ronda de algum fogo galponeiro Tendo um angico campeiro findando num passo lento E eu perciso de um amargo pra adoçar meu paradouro E um sentimento mais touro pra atropelar os lamentos O campo empresta o perfume que a noite tenta guardar E o solitário estraviado me oferta o canto dos bastos Por isso sofro calado aquela ausência morena Que vêem meniando a melena pelo ondulado dos pastos Embora o trote do baio conserve a mesma cadência Basta voltar à querência pra renascer dum floreio Um chamamê desfolhado no sobrelongo do vento Onde a flor do sentimento vem lamber sal no rodeio