Sete da manhã, a cidade acorda Na favela, a rotina é pesada É o corre de sempre, viver ou morrer Na sombra do medo, sem nada a perder Portão de madeira, trancado por sorte Vejo a quebrada flertando com a morte Tem moleque sonhando em virar jogador Mas na real, é o tráfico que chama o valor Eu sou um sobrevivente, do caos urbano Onde a lei do mais forte dita o plano Na linha entre o certo e o errado Só quem vive aqui, conhece o fardo Fim de tarde, o Sol vai descendo A correria não para, sempre correndo E no canto da rua, uma oração Pra proteger quem tá na contramão Polícia na esquina, olho atento A sirene é o hino do sofrimento Mas no olhar da criança, ainda há fé Mesmo sabendo que o futuro é um blefe Eu sou um sobrevivente, do caos urbano Onde a lei do mais forte dita o plano Na linha entre o certo e o errado Só quem vive aqui, conhece o fardo Noite caiu, e o silêncio ecoa O barulho da bala é a voz que ressoa Cada esquina tem seu próprio destino E eu sigo escrevendo, um novo caminho