Receita Controlada

Dado Ziul

Composición de: Luiz Eduardo de Carvalho Costa
Mano, a desigualdade é aquele truque de ilusionista
Te mostra o brilho da moeda, mas some com a pista
Te faz pensar que tá no jogo, mas o tabuleiro é viciado
Enquanto cê conta os trocado, os boy já dobraram o resultado

O sistema é o cafetão, político é puta de luxo
Se vende por merreca, mas fode o povo sem custo
Receitam migalha, placebo pra dor crônica
Enquanto a cúpula estoura champanhe e gargalha na crônica

A cultura? Uma felina, selvagem e sem coleira
Mas tentam enjaular, transformar em bicho de feira
Querem embalar a revolta num frasco de calmante
Tipo veneno disfarçado de suco de laranja num restaurante

O saber era a cura, mas trancaram no cofre
Quem tem o mapa é quem já nasce no berço de ouro e Rolex no pulso
Enquanto isso, o povo tromba na própria sombra
Querem ver nóis de joelho, mas a rima me mantém de pé na lombra

A desigualdade é um câncer, que se espalha sem ser visto
Cultura diluída, virou corante em suco misto
Educação era remédio, mas virou droga controlada
Manter mente pequena faz parte da estratégia planejada

Cultura hoje é mina mercenária, só cola em quem tem grana
Quem nasce no gueto rebola, mas não dança na trama
O rap era facão cortando cerca de contenção
Hoje querem transformar em trilha sonora de comercial de eleição

Falam de progresso, mas quem tá na frente do cortejo?
A cura da mente tem preço, só acessa quem tem pedigree e endereço
Universidade virou miragem, diploma é quimera
Enquanto isso, o jovem na favela é só estatística de espera

O saber é tipo cadeia sem tranca visível
Só entra e sai quem tem senha ou sobrenome nobre em arquivo
Eles temem quem pensa, quem queima a lâmpada da mente
Por isso o ensino é racionado, pra não alimentar a semente

A política decide destino igual roleta viciada
Transforma nosso futuro em cinza, igual cigarro na calçada
O jogo já foi jogado antes da ficha cair na mesa
E a banca sempre ganha, a quebrada sempre despesa

A desigualdade é um câncer, que se espalha sem ser visto
Cultura diluída, virou corante em suco misto
Educação era remédio, mas virou droga controlada
Manter mente pequena faz parte da estratégia planejada

Racionalidade é produto de luxo, tem cupom fiscal
Enquanto nóis se vira na raça, eles compram sabedoria no cartão black especial
Se educação fosse beck, o baseado rodava no gueto
Mas a tragada do conhecimento é só pra quem paga o preço perfeito

O sistema envenena as mentes, ilude com faixas de cetim
Enquanto nóis caminha no chão quente, sem meia, só sentindo o espinho no fim
A desigualdade é ferida aberta, infectada e sem cura
E a cultura é o álcool que arde, mas não fecha a fissura

Somos paciente de um governo que nos quer doente
Ignorância é a moeda que banca o lucro deles, latente
Eu canto o que eles temem: Rima que abre a mente
Minha arma é o verbo, minha munição é o consciente

Educação é revolta, cultura é salvação
Mas nas mãos deles, vira só manipulação
Querem vender a arte como se fosse produto vencido
Mas eu cuspo rima vencida no tempo, sem prazo, sem destino

A desigualdade é um câncer, que se espalha sem ser visto
Cultura diluída, virou corante em suco misto
Educação era remédio, mas virou droga controlada
Manter mente pequena faz parte da estratégia planejada
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