Mano, a desigualdade é aquele truque de ilusionista Te mostra o brilho da moeda, mas some com a pista Te faz pensar que tá no jogo, mas o tabuleiro é viciado Enquanto cê conta os trocado, os boy já dobraram o resultado O sistema é o cafetão, político é puta de luxo Se vende por merreca, mas fode o povo sem custo Receitam migalha, placebo pra dor crônica Enquanto a cúpula estoura champanhe e gargalha na crônica A cultura? Uma felina, selvagem e sem coleira Mas tentam enjaular, transformar em bicho de feira Querem embalar a revolta num frasco de calmante Tipo veneno disfarçado de suco de laranja num restaurante O saber era a cura, mas trancaram no cofre Quem tem o mapa é quem já nasce no berço de ouro e Rolex no pulso Enquanto isso, o povo tromba na própria sombra Querem ver nóis de joelho, mas a rima me mantém de pé na lombra A desigualdade é um câncer, que se espalha sem ser visto Cultura diluída, virou corante em suco misto Educação era remédio, mas virou droga controlada Manter mente pequena faz parte da estratégia planejada Cultura hoje é mina mercenária, só cola em quem tem grana Quem nasce no gueto rebola, mas não dança na trama O rap era facão cortando cerca de contenção Hoje querem transformar em trilha sonora de comercial de eleição Falam de progresso, mas quem tá na frente do cortejo? A cura da mente tem preço, só acessa quem tem pedigree e endereço Universidade virou miragem, diploma é quimera Enquanto isso, o jovem na favela é só estatística de espera O saber é tipo cadeia sem tranca visível Só entra e sai quem tem senha ou sobrenome nobre em arquivo Eles temem quem pensa, quem queima a lâmpada da mente Por isso o ensino é racionado, pra não alimentar a semente A política decide destino igual roleta viciada Transforma nosso futuro em cinza, igual cigarro na calçada O jogo já foi jogado antes da ficha cair na mesa E a banca sempre ganha, a quebrada sempre despesa A desigualdade é um câncer, que se espalha sem ser visto Cultura diluída, virou corante em suco misto Educação era remédio, mas virou droga controlada Manter mente pequena faz parte da estratégia planejada Racionalidade é produto de luxo, tem cupom fiscal Enquanto nóis se vira na raça, eles compram sabedoria no cartão black especial Se educação fosse beck, o baseado rodava no gueto Mas a tragada do conhecimento é só pra quem paga o preço perfeito O sistema envenena as mentes, ilude com faixas de cetim Enquanto nóis caminha no chão quente, sem meia, só sentindo o espinho no fim A desigualdade é ferida aberta, infectada e sem cura E a cultura é o álcool que arde, mas não fecha a fissura Somos paciente de um governo que nos quer doente Ignorância é a moeda que banca o lucro deles, latente Eu canto o que eles temem: Rima que abre a mente Minha arma é o verbo, minha munição é o consciente Educação é revolta, cultura é salvação Mas nas mãos deles, vira só manipulação Querem vender a arte como se fosse produto vencido Mas eu cuspo rima vencida no tempo, sem prazo, sem destino A desigualdade é um câncer, que se espalha sem ser visto Cultura diluída, virou corante em suco misto Educação era remédio, mas virou droga controlada Manter mente pequena faz parte da estratégia planejada