Palavras mais palavras Malditas, desgraçadas... Outra vez jogadas contra o vento Tudo aquilo que senti Já não vale mais nada Agora que vejo o quão tolo foi acreditar Que o calor humano da revolução Jamais queimaria minhas mãos "Solidariedade proletária" escorrer Ver o sangue nas costas de meus irmãos... Agora que se contam corpos como grãos Com os mortos enterramos nossos ideais Como não alimentar O ódio em meu olhar Se a dor da traição aumenta cada vez Que lembro de teu discurso febril Escondendo a foice em teus olhos E me sinto tão usado, infantil E tão culpado, imundo, vazio, doente, imbecil Tudo por ter acreditado uma vez