Eu lembro, assim, voltando pra casa, da noite Alvorada Se a felicidade é goiabada e um copo d’água A dor é taça de vinho e sobremesa chique Não é todo dia que temos a oportunidade Descer parece mais fácil que subir Subir é exercitar o corpo O corpo é o cume da vista A vista é uma imagem do todo O todo é meramente um lugar A verdade é simples O mistério é complexo A risada, espontânea O choro, encoberto O que a vida já nos dá de referência é grandioso A luz é como a coragem Que irrompe na escuridão Um triz e já muda o céu e as nossas paisagens Qualquer mínimo cintilar já abre Alvorada expõe no céu cores suaves O Sol colorindo Tá quente, tá demais Os tempos são líquidos Pois aqui tudo derrete Escorrendo os amores Vertendo de nossas peles Repetir, repetir como criança é a única saída Daqui eu não saio A não ser pra voar Precisamos de quê? Dias quentes me relaxam Meu coração se expande Na luz que me abraça A vida me demanda E o amor me acalma E então, precisamos de quê?